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Uma das cirurgias mais comuns para o especialista em cirurgia do quadril é a artroplastia de quadril, uma cirurgia que é conhecida por tirar a dor de pacientes que não tiveram grandes resultados em outras formas de tratamento conservadoras, como uso de medicamentos, exercícios físicos, fisioterapia e outros métodos. Entender mais sobre essa cirurgia, assim como o pós- operatório é essencial para ter uma recuperação sem complicações, acompanhada de resultados ótimos, permitindo que o paciente tenha diversos movimentos de volta. É importante lembrar que cada caso é específico, mas essa cirurgia na grande maioria dos casos apresenta resultados satisfatórios.
Qual o papel do especialista em cirurgia de quadril?
Esse especialista, como o próprio nome diz, é o ortopedista responsável por identificar os problemas de quadril que devem ser tratados com cirurgias específicas. No caso da artroplastia de quadril, existe uma substituição completa da articulação, retirando a área danificada, seja por lesões, doenças como artrose e até mesmo deformidades congênitas. Esse especialista estuda, diagnostica, trata, faz a cirurgia e acompanha o paciente em todas as fases do pré- operatório e pós- operatório, analisando o curso do tratamento, assim como o resultado da artroplastia.
O que define artroplastia de quadril?
Essa cirurgia é de extrema importância, já que substitui parte ou totalidade da articulação danificada. A cirurgia de substituição do quadril tem sido usada no tratamento de lesões da articulação há quase meio século, e sua aplicação tem mostrado desenvolvimento significativo. Essa reconstrução é realizada para promover a restauração da função articular e devolver para o paciente suas capacidades de realizar diversos movimentos sem dor ou limitações.
Atualmente existem diversos tipos de próteses, que o especialista escolherá, de acordo com as necessidades do paciente, estado de saúde, qualidade óssea, tipo de cirurgia e outros fatores. A cirurgia pode ser feita com tipos diferentes de incisões. Muitos pacientes têm dúvidas em relação a durabilidade das próteses. Deve-se levar em consideração, que assim como a articulação que sofre desgastes com o passar do tempo, a próteses também sofrem deterioração ao passar dos anos. O tempo médio de duração das próteses é de 15 anos, sendo que a durabilidade pode levar em conta o peso do paciente, prática de exercícios pesados e movimentos bruscos. Pacientes obesos, ou atletas, ou pessoas jovens aumentam a pressão sobre a prótese, diminuindo sua vida útil.
É muito importante que o paciente conheça as limitações de seu corpo, assim como as da prótese. Ter expectativas irreais da recuperação, pós- operatório e prognóstico pode ser prejudicial para a própria recuperação! É importante saber que leva tempo para que a recuperação seja total, assim como para o retorno das atividades, que devem ser adaptadas.
Afinal, como a artroplastia de quadril é feita?
Antes de fazer a cirurgia, é muito importante que o paciente conheça as fases do procedimento, ao passo que entenda corretamente o que ocorrerá durante a operação. Entender sobre os passos, conhecer as próteses e conversar com o especialista ajuda o paciente a entender o que esperar, assim como não ter medo e saber o que irá de fato acontecer. Um dos passos mais importantes no pré- operatório é compreender os passos da cirurgia. A cirurgia caracteriza-se por substituir a cabeça femoral lesionada por uma haste de metal colocada no centro oco do fêmur. A haste femoral pode ser fixada ao osso com cimento ou pressão óssea.Cabeças de cerâmica ou metal são colocadas no topo da haste,chamada de cone.
Substitui-se a cabeça femoral danificada que havia sido removida, e o acetábulo. que é a região da pelve danificada por uma cavidade metálica. A cavidade pode ser fixada na posição correta usando parafusos ou cimento. Também é inserida uma junta de plástico (polietileno) ou cerâmica entre a esfera e a nova cavidade para fornecer à superfície de contato o menor atrito possível, o que devolve os movimentos e permite ações do paciente sem dor.
E agora, que cuidados tomar depois da cirurgia?
A retomada da vida ativa e sem dores é o principal objetivo após a cirurgia de artroplastia (prótese) de quadril. Muitas vezes, existem dúvidas sobre a recuperação, principalmente sobre atividades cotidianas como dirigir, relações sexuais, esportes, subir escadas e caminhar, por exemplo. Um programa de reabilitação organizado ajuda os paciente e acelera o retorno a uma vida ativa. Muitas vezes, o paciente possui dúvidas no pós- operatório recente, que precisam ser respondidas. Desta forma, o processo ideal de recuperação começa antes mesmo da cirurgia, onde é informado sobre as etapas da reabilitação e os objetivos do procedimento. Isso motivará o paciente e tornará o processo mais natural. A consulta pré-operatória pode ser usada para ensinar como usar as muletas ou andadores e como evitar a luxação da prótese (deslocamento). Estabelecer um vínculo com um fisioterapeuta também é uma vantagem de iniciar a reabilitação antes da cirurgia. Conheça os principais cuidados:
Logo após a cirurgia
Após a cirurgia, o paciente é levado para a sala de recuperação. Ele ficará deitado de costas com as pernas ligeiramente abertas, às vezes usando um dispositivo chamado “triângulo de abdução” para evitar movimentos excessivos que podem mover a prótese, causando a luxação. Nesse momento, o paciente deve manter a calma, recobrar seus sentidos e tentar se alimentar na hora estipulada, que pode mudar por causa do tipo de anestesia escolhida.
10 dias após a cirurgia
É importante saber que o tempo de recuperação do paciente depende de vários fatores, como por exemplo sua idade, peso, presença de doenças hereditárias, entre outros. Sendo assim, seguir corretamente as etapas de recuperação é fundamental:
Exercícios isométricos (contrações musculares sem movimentação articular) e exercícios respiratórios são realizados repetidamente no primeiro dia após a cirurgia.
Os pacientes aprendem movimento seguro. Eles aprendem como se sentar em uma cama ou cadeira no primeiro dia após a cirurgia.
É iniciado o treino de marcha com andador e carga parcial no membro operado
Se drenos foram usados na cirurgia, eles geralmente são removidos dentro de 24 a 48 horas. Exercícios para mover o membro inferior e os quadris são iniciados no segundo dia, além de treinar a pé com os andadores.
Primeira semana
Dentro da primeira semana, muitas mudanças ocorrerão para o paciente. No terceiro dia após o procedimento, geralmente o pacientes recebem alta, podendo andar com andadores por curtos períodos de tempo. A reabilitação deve continuar. A maioria dos pacientes dentro de 1 a 4 semanas podem fazer a transição do uso de andadores para as muletas, em conjunto com a realização da fisioterapia.
Até a 6ª semana
Até meados da sexta semana, os exercícios de fortalecimento e reabilitação são reforçados, e o paciente deve realizá-los! Eles são parte essencial do tratamento e permitirão que muitos movimentos sejam realizados. As precauções sobre luxação devem ser reforçadas com base nos testes de estabilidade realizados pelos especialistas. Depois de colocar a prótese, o cirurgião move o quadril e lembra quais movimentos fazem com que a prótese se mova. Esta informação é usada pelo fisioterapeuta para orientar o paciente. Usar uma cadeira higiênica ou adaptador de vaso sanitário elevado no banheiro pode ser útil para evitar flexões excessivas dos quadris. Quando deitado no lado não operado, o paciente deve usar um espaçador entre as pernas, como travesseiros largos.
Demais semanas
À medida que a função e a mobilidade dos músculos evoluem, o paciente aprende a calçar os sapatos, vestir-se, levantar objetos no chão e realizar outras atividades com segurança. As diretrizes para prevenção do deslocamento da prótese são reforçadas. Uma radiografia de acompanhamento geralmente é feita no primeiro mês. Se tudo estiver bem, o paciente retornará à consulta após 3, 6 e 12 meses após a cirurgia e depois a cada ano. Consultas fora dessas datas são realizadas sobre novos fatos ou em casos especiais relacionados às próteses.
A realização da fisioterapia é essencial
A fisioterapia no pós-operatório deve ser iniciada precocemente após a substituição total do quadril e visa posicionar corretamente o membro, retirar o paciente da cama o mais rápido possível, restabelecer a amplitude de movimento e força muscular e reduzir doenças motoras concomitantes. A fisioterapia é essencial para recuperar o equilíbrio e a marcha, tomar precauções, ajudar a restaurar a confiança e a segurança, reduzir o tempo de hospitalização. Quando a reabilitação precoce não é realizada, isso pode facilitar o surgimento de complicações secundárias à imobilidade, como trombose venosa profunda, retenção urinária, obstrução intestinal paralítica e problemas respiratórios.
A fisioterapia envolve diversos exercícios, não só ligados às articulações, e sim para saúde do corpo em geral. Para começar, deve-se realizar respiração profunda e limpeza das vias aéreas (usando técnicas manuais, como tosse, vibrações, batidas) e exercícios de dilatação pulmonar (respiração com boca semi-fechada, dilatação primária posterior) para evitar agravos respiratórios. que mais prolongam a permanência da pessoa no hospital.
Depois da alta do paciente, gradativamente novos exercícios são incluídos, como alongamento e abdução do quadril em uma posição que elimina os efeitos da gravidade. A fisioterapia é tão completa, que auxilia o paciente com dicas e truques sobre como cuidar do membro operado para prolongar a vida útil da prótese. Caso tenha gostado do texto compartilhe em suas redes sociais.
Conte com o Dr. Daniel Rebolledo
Dr. Daniel Rebolledo é ortopedista e traumatologista especializado em Oncologia Ortopédica e Cirurgia do Quadril. Caso tenha dúvidas sobre seu caso, agende uma consulta!
O Dr. Daniel é Oncologista Ortopédico e Especialista em Cirurgia do Quadril, tendo grande reconhecimento nessa área pelo Brasil e mundo afora. Hoje ele é credenciado e realiza cirurgias em Hospitais famosos como: Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanes, Oswaldo Cruz e Hospital Santa Catarina, sendo referência no tratamento de problemas oncológicos ortopédicos e também como Especialista em cirurgia do quadril.
Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Ortopédica
Membro da Sociedade Internacional de Salvamento de Membro (ISOLS)
Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Médico Consultor do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Mário Covas da Faculdade de Medicina do ABC
Membro da diretoria da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica