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Telemedicina com ortopedista é uma prática nova na medicina.
Inicialmente, a Telemedicina é o exercício da medicina por meio de plataformas tecnológicas como finalidade de pesquisa, educação e assistência.
Desta forma, as consultas que são realizadas por meio dessas plataformas tecnológicas são chamadas de TELECONSULTAS.
A teleconsulta sempre foi proibida no Brasil. Esta é uma nova modalidade de atendimento que foi liberada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e Ministério da Saúde durante a pandemia de coronavírus no Brasil, em que as pessoas se viram obrigadas e ficar em casa e a manter distanciamento social.
Consequentemente, isto possibilitou manter a assistência de pacientes mesmo com a restrição de locomoção e de contato e que o distanciamento social acabou criando.
Hoje vou falar um pouco da telemedicina com ortopedista na área assistencial, ou mais popularmente conhecida como teleconsulta.
Telemedicina com ortopedista. Quais as vantagens da teleconsulta?
A telemedicina com ortopedista possui muitas vantagens em tempos de coronavírus, mas mesmo após a pandemia, muitas pessoas podem se beneficiar dela.
As principais vantagens da telemedicina são:
- Acesso de pacientes a consultas médicas, mesmo estando em lugares remotos e distantes.
- Menor contato social do paciente que estará mais seguro em sua casa.
- Menor necessidade de deslocamentos de pacientes e profissionais de saúde, melhorando a mobilidade urbana e os custos relacionados à ela (gasolina, passagem, estacionamento, alimentação).
- Possibilidade de visualização de exames de forma mais completa e com melhor qualidade quando comparado ao exame em papel.
- Rapidez. Em muitos casos, a teleconsulta pode ser agendada e feita numa velocidade maior do que num consultório em que há uma restrição maior de agenda do que numa consulta online.
- Custo. Em muitos lugares remotos, em que não há um recurso hospitalar adequado, a telemedicina pode auxiliar na assistência de pacientes a um custo infinitamente menor do que o necessário para a construção de uma unidade de saúde.
- Possibilidade de avaliação com especialistas em procedimentos de alta complexidade sem a necessidade que o mesmo esteja no local de atendimento. Isso ajuda muito às equipes médicas também.
Telemedicina com ortopedista. Quais as desvantagens?
Apesar do grande número de vantagens, a telemedicina com ortopedista nos moldes que é feita hoje, ainda possui algumas restrições e desvantagens importantes em relação ao exame presencial.
As principais desvantagens da Telemedicina assistencial ou Teleconsulta são:
- Falta da possibilidade do exame físico. Este é um dos pilares da consulta médica e fica altamente prejudicado com a falta do contato entre médico e paciente.
- Falta do contato humano entre médico e paciente. Na consulta existe uma relação humana entre médico e paciente que não pode ser substituída na teleconsulta. São percepções e interações que só acontecem na consulta presencial.
- Restrição de acesso à teleconsulta. Num país desigual como o Brasil, em que um parcela grande da população tem sérias restrições à saneamento básico, o acesso à teleconsulta não é diferente. Muitas pessoas não dispõe de um smartphone ou computador com câmera, ou acesso de internet de alta velocidade que possibilitem uma teleconsulta de boa qualidade. O SUS ainda vai demorar mais para implantar um sistema de teleconsulta, diferente de grandes hospitais privados como Sírio- Libanês ou Albert Einstein, e grandes convênios como Amil, Notre Dame e Prevent Senior que já estão utilizando estes serviços à todo vapor.
- Maior chance de falhas. A teleconsulta deve ser muito bem planejada, mas mesmo assim podem haver falhas de conexão, falhas de softwares, equipamentos como câmera e microfone e a consulta pode não ser realizada da melhor forma .
- Ainda há dúvidas sobre sigilo médico e regulamentação.
Telemedicina: Como funciona?
A teleconsulta com ortopedista tem um roteiro diferente da consulta normal. É importante estar atento à essas características para que a consulta seja de melhor proveito para o paciente e para o médico.
1o: Paciente entra em contato no consultório ou com o médico ou profissional de saúde e agenda uma teleconsulta. É importante explicar com antecedência qual a queixa do paciente e qual sua condição física.
2o: É enviado para o paciente um termo de consentimento da teleconsulta.
3o: O paciente envia o acesso aos exames, fotos e relatórios que tenha disponíveis online. Quanto melhor a qualidade destas informações, melhor será a consulta.
4o: O paciente é orientado a como se preparar para a consulta (preparo do computador ou celular, suporte, o ambiente, qual plataforma será utilizada)
5o: Em consultórios particulares, a secretária envia informações sobre a consulta e como será o pagamento que também será online.
6o: Antes da consulta é enviado um link para ser clicado, ou acesso a uma plataforma de teleconsulta.
7o: No momento da teleconsulta, tanto médico como paciente entram na plataforma escolhida e conversam online.
8o: O médico poderá, ao fim da consulta, prescrever medicamentos e exames e atestados. O ideal é que seja feito por meio de assinatura eletrônica.
É importante lembrar, que assim como numa consulta normal, a teleconsulta deve ser registrada em prontuário, datada e assinada, da mesma forma que uma consulta normal e deve ser mantido o sigilo da mesma forma que em uma consulta médica
Teleconsulta: Minha opinião
A telemedicina é uma ferramenta e não uma especialidade. Ela não vai substituir a forma tradicional de atender um paciente , mas pode ser muito útil em determinadas situações como nesta pandemia de coronavírus , ou para pacientes que têm grandes distâncias geográficas de um médico altamente especializado.
Nem todas as especialidades as especialidades vão se beneficiar do uso da teleconsulta da mesma forma.
Um psiquiatra que faz terapia, um radiologista que faz um laudo, um oncologista que avalia exames de controle, pode se beneficiar muito da teleconsulta e fornecer um serviço de assistência muito próximo da consulta normal.
Já especialidades em que o exame físico presencial é primordial, como cardiologia, oftalmologia, ginecologia terão benefícios mais limitados com a telemedicina.
Na minha prática médica, a telemedicina com ortopedista na oncologia ortopédica, (em que a avaliação da história e dos exames tem maior importância), permite uma assistência muito próxima da consulta tradicional. Já na especialidade de cirurgia do quadril, apesar da telemedicina permitir a análise de vários parâmetros da história e do exame existe uma perda maior da qualidade do exame físico que em muitos casos é fundamental.
Conclusão
Em conclusão,é bom lembrar que o ofício do Conselho federal de Medicina e a portaria do Ministério da Saúde são bem claros e falam em caráter excepcional da possibilidade e ética da Telemedicina enquanto durar o combate à pandemia de Covid-19. Portanto, não sabemos como será o formato da telemedicina/ teleconsulta após o controle do coronavírus.
Minha opinião é que não podemos ignorar o avanço da medicina e a necessidade de grande parte da população que pode se beneficiar desta ferramenta.
Devemos manter os benefícios obtidos com advento de novas tecnologias na área da medicina, como os devidos cuidados e regulamentações para o benefício máximo dos pacientes.
Referências:
- https://evisit.com/resources/what-is-telemedicine/
- https://medicalfuturist.com/covid-19-was-needed-for-telemedicine-to-finally-go-mainstream/
O Dr. Daniel é Oncologista Ortopédico e Especialista em Cirurgia do Quadril, tendo grande reconhecimento nessa área pelo Brasil e mundo afora. Hoje ele é credenciado e realiza cirurgias em Hospitais famosos como: Albert Einstein, Hospital Sírio-Libanes, Oswaldo Cruz e Hospital Santa Catarina, sendo referência no tratamento de problemas oncológicos ortopédicos e também como Especialista em cirurgia do quadril.
Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
Membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Ortopédica
Membro da Sociedade Internacional de Salvamento de Membro (ISOLS)
Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
Médico Consultor do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Mário Covas da Faculdade de Medicina do ABC
Membro da diretoria da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica