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Osteomielite

Osteomielite é uma inflamação no osso, normalmente resultante de uma infecção.  Infecção é a invasão do tecido ósseo por microorganismos, normalmente feita por bactérias.

Osteomielite é a união de 3 palavras: osteo= osso; mielo= medula e itis= inflamação/ infecção.

Existem várias questões relacionadas à osteomielite:

  • Quais pacientes têm maior risco de desenvolverem osteomielite?
  • Quais as causas de osteomielite?
  • O que acontece no osso após a infecção pela bactéria?
  • Qual origem dos microorganismos que causam osteomielite?
  • Quais os sinais e sintomas da osteomielite?
  • Como é feito o diagnóstico de osteomielite?
  • Como é o tratamento da Osteomielite?
  • A osteomielite tem cura?

PerguntasFrequentes

Quais pacientes têm maior risco de desenvolverem osteomielite?

A osteomielite é uma infecção no osso causada normalmente por bactérias. Algumas doenças   ou situações tornam os pacientes mais mais propensos a ter osteomielite:

  • Diabetes
  • Doenças reumáticas
  • Câncer
  • AIDS e doenças que atingem o sistema imunológico
  • Anemia falciforme
  • Alcoolismo
  • Uso crônico de corticoesteróides
  • Antecedente de cirurgia ortopédica

Quais as causas de osteomielite?

A bactéria e outros microorganismos podem atingir o osso por alguns caminhos:

  • Direta ou por continuidade: seja por uma ferida na pele que tenha via de comunicação com o osso ou por uma infecção do tecido subcutâneo chamada de celulite. Alguns exemplos são: 
    • Fratura exposta de perna
    • Pé  de paciente diabético que não tem mais sensibilidade e que pode ter múltiplas feridas.
  • Indireta: via hematogênica, ou seja, a bactéria atinge a corrente sanguínea por meio de outros focos, como numa extração dentária, infecção cutânea, ou pelo uso de seringas contaminadas e acaba se implantando no osso.
  • Pós- operatório: após uma cirurgia, a bactéria pode se implantar no osso que foi tratado cirurgicamente. Alguns exemplos são:
    • Paciente submetido à artroplastia de joelho. A prótese pode ser contaminada durante a cirurgia ou após, e bactéria pode contaminar e infectar o osso por continuidade da prótese com o osso.

Em crianças, o local mais propenso para osteomielite é a metáfise de ossos longos de fêmur e tíbia por ser uma área de crescimento, com aumento da vascularização. A metáfise é a região que fica próxima das articulações.

Em adultos, coluna, pés e tíbia  são os locais mais acometidos.

O que acontece no osso após a infecção pela bactéria?

Inicialmente, a bactéria começa a se proliferar.

Isto dá um sinal para o sistema imunológico, que envia células inflamatórias para combater a infecção.

Caso a proliferação das bactérias e resposta  seja muito rápida ( dias a 6 semanas), temos um quadro que é chamado de osteomielite aguda. Caso o sistema imunológico destrua todas as bactérias, temos a resolução do quadro.

Caso isto não aconteça, será necessário o uso de antibióticos, e em alguns casos, cirurgia de drenagem e limpeza para remoção destas bactérias.

Em alguns casos, a proliferação das bactérias ocorre de maneira mais lenta e silenciosa ( meses a anos) , podendo levar a um quadro chamado de osteomielite crônica.  Neste caso, a proliferação bacteriana costuma ser mais extensa, levando à morte das células do osso. Este região do osso que está morta é chamada de sequestro. Em alguns casos a infecção pode criar trajetos para fora do osso e da pele. Isto é chamado de fístula, e indica que a infecção está num estágio mais avançado  e difícil de ser tratada.

A infecção também pode se alastrar para a articulação, o que chamamos de pioartrite. Caso não seja tratada de maneira adequada, a pioartrite pode levar a uma destruição articular irreversível.

Qual origem dos microorganismos que causam osteomielite?

As infecções são causadas, na maioria dos casos, por bactérias, mas também podem ser causadas por fungos e  outros microorganismos.

Mas de onde vêm as bactérias?

As bactérias mais comuns na osteomielite são aquelas que colonizam a pele, dentre elas, os Estafilococcus aureus são os mais comuns, mas outros como Strepetococcus, Haemohilus influenza, Escherichia Coli podem estar presentes. Nos pacientes com anemia falciforme, a Salmonella sp ganha importância.

Além disso, a tuberculose óssea também é uma possibilidade após infecção pulmonar prévia, sendo que na região da coluna pode formar abscesso anterior à coluna, quando é chamada de doença de Pott.

Quais os sinais e sintomas da osteomielite?

Os sintomas variam de acordo com o tipo de osteomielite.

 

Osteomielite aguda

A osteomielite aguda se desenvolve rapidamente, em cerca de 7 a 10 dias. Ela é mais comum em crianças e é mais fácil de tratar do que a osteomielite crônica.

Os sintomas incluem:

  • Dor.
  • Febre.
  • Irritabilidade, indisposição.
  • Náuseas.
  • Vermelhidão e inchaço local.
  • Rigidez local.
  • Incapacidade funcional.

 

Osteomielite crônica

A osteomielite crônica é mais difícil de ser tratada pois as bactérias já colonizaram o osso e se disseminaram de uma maneira mais difusa.

Os sintomas incluem:

  • Dor local.
  • Febre por longos períodos, intermitente.
  • Aumento de volume local.
  • Fístula (saída de secreção purulenta por um orifício na pele).
  • Perda de peso.
  • Rigidez local.
  • Incapacidade funcional.

Em pacientes com osteomielite de coluna, eles podem sentir dores fortes nas costas, piora noturna, acompanhado de febre e mal-estar.

Como é feito o diagnóstico de osteomielite?

Nem sempre é fácil o diagnóstico de osteomielite.

A radiografia simples pode indicar a suspeita de osteomielite, mas em alguns casos ela pode não ser específica e pode haver a confusão com outros diagnósticos como fraturas e tumores.

  A ressonância magnética pode ajudar na delimitação da área acometida e para verificar se existe líquido purulento e processo inflamatório no osso, ou ao redor dele.

Exames de laboratório podem ser úteis no diagnóstico. Pode haver aumento do número de leucócitos e de provas inflamatórias como proteína c reativa (PCR) e velocidade de hemossedimentação (VHS).

O diagnóstico pode ser confirmado com a coleta de material do osso e envio dele para o exame de cultura. O objetivo deste exame é detectar o crescimento de bactérias, mas ele pode ser falso negativo em quase 50% dos casos, principalmente quando o paciente já usou antibióticos por longa duração. A coleta desse material pode ser feita antes do tratamento por uma punção com agulha, ou durante o tratamento cirúrgico.

Este material coletado também pode ser enviado para exame anatomopatológico. Isto significa que ele será examinado em um microscópio e também terá sinais característicos de osteomielite.

Como é o tratamento da Osteomielite?

O objetivo do tratamento é eliminar a bactéria do osso e preservar o máximo de estoque ósseo possível, assim como sua função. Isto é feito com o uso de antibióticos e cirurgia.

  • Antibióticos: são medicamentos utilizados para eliminar o crescimento bacteriano e desta forma, acabar com a infecção. O osso é um dos tecidos onde é mais difícil atingir a concentração ideal dos antibióticos. Por isso, é comum a necessidade do uso de antibióticos intravenosos por várias semanas e tratamento total de 3 a 6 meses para os casos de osteomielite crônica.
  • Cirurgia: na maioria dos casos de osteomielite é necessário o tratamento cirúrgico. Na cirurgia é feita a limpeza de tecido contaminado e desvitalizado pela infecção, permitindo um melhor ambiente para neoformação óssea e eliminação das bactérias. Em alguns casos pode ser feita uma cirurgia mais simples, chamada de desbridamento. Em outras, é necessária a ressecção de um segmento ósseo  e utilização de técnicas de transporte com fixador externo e uso de antibióticos locais ou vidro bioativo. Os antibióticos locais auxiliam no combate às bactérias. O vidro bioativo é um moderno substituto ósseo que torna o microambiente alcalino prejudicial para o crescimento das bactérias , ao mesmo tempo que permite a neoformação óssea por ser osteocondutor. Em casos mais difíceis , podem ser necessárias várias cirurgias, e em casos extremos, pode ser necessária a amputação de membro.

É possível prevenir a osteomielite?

A prevenção de osteomielite é o melhor tratamento já que esta doença pode ser muito difícil de ser tratada, principalmente nos casos crônicos. 

Dentre os principais métodos de prevenção, podemos citar:

  • A higiene oral é muito importante já que bactérias podem atingir a corrente sanguínea e o osso por infecções bucais.
  • O cuidado com unhas e pele também é importante. Lesões cutâneas ou unhas encravadas podem servir de porta de entrada para bactérias e outros microorganismos que podem provocar infecção óssea.
  • Cuidados com curativos pós- cirúrgicos: Após uma cirurgia ortopédica, aumenta muito a chance de infecção pós- operatória, e consequentemente de osteomielite. É muito importante manter a limpeza e cuidado com o curativo, para evitar a penetração de bactérias e osteomielite.
  • Controle  de doenças crônicas: pacientes com doenças crônicas como diabetes e artrites autoimunes, devem ter suas doenças bem controladas para que sua imunidade não seja prejudicada favorecendo o aparecimento de infecções.
  • Nutrição adequada: é fundamental a manutenção de dietas adequadas e equilibradas. Pacientes desnutridos ou com excesso de açúcares, podem ficar num estado de inflamação crônica que favorece a osteomielite.

A osteomielite tem cura?

Sim. Apesar da osteomielite ser uma doença  que em muitos casos é difícil de ser tratada, hoje dispomos de conhecimento e técnicas que permitem a sua cura. Os casos agudos são de mais fácil resolução, mas mesmo nos casos crônicos, existe a possibilidade de resolução da osteomielite.

É fundamental o acompanhamento com profissionais especializados e o trabalho em conjunto de ortopedistas e infectologistas para aumentar as chances de sucesso no tratamento.

Dr. Daniel Rebolledo

  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT)
  • Membro da Sociedade Internacional de Salvamento de Membro (ISOLS)
  • Médico Assistente do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)
  • Médico Consultor do Grupo de Oncologia Ortopédica do Hospital Mário Covas da Faculdade de Medicina do ABC
  • Membro da Associação Brasileira de Oncologia Ortopédica (ABOO)
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